Waterworld: O Segredo das águas e sua produção problemática

"Waterworld" é um filme de ficção científica pós-apocalíptico dirigido por Kevin Reynolds e estrelado por Kevin Costner. A trama se passa em um futuro onde o derretimento das calotas polares cobriu quase toda a Terra com água, transformando o mundo em um planeta predominantemente oceânico.

O protagonista, conhecido como "Mariner" e interpretado por Costner, é um navegante habilidoso que possui características mutantes. Ele vive em um mundo onde a busca por terra firme é uma obsessão. Durante sua jornada, ele encontra uma mulher e uma menina com quem se une em uma viagem em busca de um mito sobre a existência de terra seca.

A produção do filme enfrentou vários problemas e desafios, contribuindo para sua reputação como uma das produções cinematográficas mais problemáticas da época. Alguns dos principais motivos foram:

1. Orçamento Exorbitante: "Waterworld" ficou conhecido por seu orçamento extremamente alto na época. O filme originalmente tinha um orçamento estimado em torno de 100 milhões de dólares, tornando-se o filme mais caro já feito na época. Algumas estimativas sugerem que o custo final da produção pode ter chegado a cerca de 175 milhões de dólares, tornando "Waterworld" um dos filmes mais caros já feitos na época do seu lançamento em 1995. Os custos aumentaram devido a vários fatores, incluindo as dificuldades logísticas de filmar em alto mar. E a bilheteria total de foi de aproximadamente 264 milhões de dólares em todo o mundo. No entanto, é importante notar que o filme teve um desempenho mais fraco do que o esperado nas bilheteiras, especialmente nos Estados Unidos, onde não conseguiu recuperar completamente seu orçamento elevado na época do lançamento.

2. Problemas no Set: A produção enfrentou desafios significativos durante as filmagens, especialmente devido ao ambiente aquático. O filme foi parcialmente filmado no mar, perto do Havaí, o que levou a problemas como tempestades que danificaram equipamentos e adiaram as filmagens. Fora a imprevisibilidade do tempo, exigiu uma infraestrutura mais complexa para suportar a equipe, equipamentos e suprimentos. O transporte de pessoal e equipamentos para e de um local remoto no oceano acabou sendo desafiador e demorado.

3. Conflitos Criativos: Houve relatos de conflitos criativos entre o diretor Kevin Reynolds e o astro Kevin Costner. Reynolds deixou a produção antes da pós-produção ser concluída, e Costner assumiu parte do controle criativo, o que pode ter contribuído para decisões questionáveis na edição final do filme.

4. Regravações e Pós-produção Prolongada: Muitas cenas tiveram que ser regravadas, adicionando custos extras à produção. Além disso, a pós-produção foi prolongada, levando a mais gastos. A saída de Reynolds durante a pós-produção e o envolvimento adicional de Costner podem ter influenciado as decisões de edição e a estrutura final do filme. Isso pode explicar, em parte, algumas críticas relacionadas à narrativa e à coesão do filme.

5. Recepção Morna: Apesar dos problemas nos bastidores, "Waterworld" não foi um grande sucesso de bilheteria nos Estados Unidos, inicialmente. A recepção crítica foi mista, e o filme precisou de um desempenho mais forte internacionalmente para recuperar seus custos.

Apesar de todos esses desafios, é importante observar que "Waterworld" desenvolveu uma espécie de status cult ao longo dos anos, com alguns fãs apreciando a produção por seus elementos únicos e visuais. Esse reconhecimento tardio acredito que tenha sido até justo, porque o que poderia ter sido mais um blockbuster, acabou tendo outras qualidades reconhecidas que puderam ser admiradas somente com o passar dos anos. E, mesmo com a sua produção muito criticada na época, ainda é lembrada como um exemplo de como as dificuldades nos bastidores podem impactar um filme, especialmente quando se trata de orçamentos extremamente elevados.